Jornalistas italianos em greve em defesa das escutas telefônicas
Os jornalistas italianos cumprem neste sábado um dia de "silêncio informativo" em protesto contra um projeto de lei que prevê a proibição da divulgação de escutas telefônicas realizadas em investigações judiciais.
A greve afeta as agências de notícias, sites, rádios, canais de televisão e jornais. O protesto começou às 05H00 GMT (2H00 de Brasília) deste sábado e prosseguirá até o mesmo horário no domingo.
O sindicato dos jornalistas italianos (FNSI) convocou a paralisação em protesto a um projeto de lei do governo do primeiro-ministro Romano Prodi que, afirma, "provocará um duro dano à autonomia do jornalismo e limitará fortemente a informação judicial".
O projeto, aprovado em primeira votação na Câmara dos Deputados, prevê a proibição de divulgação de qualquer tipo de documento da investigação da promotoria antes que o mesmo seja enviado a julgamento, sob pena de multas de dezenas de milhares de euros ao jornalista que redigir a notícia.
A publicação nos jornais de páginas inteiras de conversas telefônicas grampeadas pela justiça, que às vezes envolvem personalidades, é uma prática normal na Itália.
O debate esquentou após a difusão pela imprensa de trechos de conversas entre o chanceler italiano, Massimo D'Alema, e o ex-diretor da seguradora Unipol Giovanni Consorte, que mais tarde foi acusado de corrupção em um escândalo financeiro.
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